Autoritarismo econômico

 A economia é o espaço social em que os bens são produzidos e distribuídos. A política econômica consiste na definição de critérios, escolhidos pela sociedade, para produzir e distribuir os bens.

Nesse espaço social, algumas perguntas básicas devem ser respondidas:

  • O que produzir
  • Quem produzir
  • Como produzir
  • Quando produzir
  • Quanto produzir
  • Para quem produzir

Numa sociedade com nível mais aprofundado de democracia, essas perguntas são respondidas por toda a população, de modo deliberativo.

A economia capitalista de mercado forja uma regra (oferta e procura), pretensamente objetiva, a partir da qual as decisões que respondem às perguntas acima são transferidas para indivíduos ou empresas privadas (livre iniciativa e concorrência).


Sob essa falsa objetividade, instaura-se um regime autoritário que submete a esmagadora maioria da população a jornadas desnecessárias de trabalho ou de empreendedorismo, condenando outra parcela à exclusão econômica.

Oculta-se que as perguntas acima são respondidas por pequeno grupo de investidores e por empresas globais que efetivamente definem os rumos econômicos do planeta.

As decisões econômicas tomadas por esse pequeno grupo tendem a estruturar relações econômicas que o favorecem cada vez mais, aumentando a concentração de riquezas.

Com o avanço tecnológico, tal grupo pode desprezar a participação humana do processo produtivo dos bens, precarizando as relações de trabalho.

Aos poucos, com a disseminação de produtos financeiros e de uma economia de acionistas, a massa popular torna-se desnecessária até para o consumo, agravando-se a miséria.

Além disso, como as relações produtivas são estruturadas para favorecer o grupo capitalista, a meritocracia torna-se uma mentira, ocorrendo favorecimentos subjetivos e a perpetuação das classes pela herança.

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